quarta-feira, 7 de maio de 2008

TV Digital/Padrão Americano (ATSC)


O padrão de TV Digital Norte-Americano, teve o seu desenvolvimento nas décadas de oitenta e noventa, através da continuidade e aperfeiçoamento das tecnologias já conhecidas na Europa, Japão e no próprio Estados Unidos.

Na década de noventa, especificamente em 1997, ficou-se estabelecido que o Padrão ATSC (Advanced Television Sistems Committee), seria definido como padrão norte-americano de televisão digital, sendo este composto por codificação de áudio e vídeo, multiplexação de sinais, modulação para transmissão e demodulação de áudio e vídeo para a recepção.

Este padrão foi desenvolvido com o intuito de suportar transmissões de HDTV(alta definição) , utilizando a modulação 8-VSB, ideal para recepção com antenas externas e em ambientes de pouco ruído impulsivo(por exemplo, a interferência gerada por um liquidificador).

A demanda por HDTV pela TV aberta é uma resposta à perda de fatia de mercado para os canais veiculados a cabo. Adotado pelos Estados Unidos, Canadá, Coréia do Sul e Taiwan. O ATSC já opera com mais de 500 emissoras e possui cerca de 4% do mercado norte-americano.

A possibilidade da adoção do padrão digital americano pelo Brasil, criou a possibilidade da impulsão da fabricação local de equipamentos e posteriores oportunidades de exportação para os Estados Unidos e demais países que optarem pela especificação como Canadá e México, tendo em vista que quase a totalidade dos televisores comercializados nos Estados Unidos são importados, o que abriria espaço para os países fabricantes de equipamentos compatíveis, despertando assim o interesse de empresas do setor em investir no Brasil.

Dos padrões apresentados a ATSC é o mais barato por natureza,de menor custo de implantação, com o objetivo de oferecer à população o conversor para a TV digital a menor custo, aumentando assim a acessibilidade ao público.

Entretanto, todas estas aparentes vantagens apresentadas pelo padrão digital americano, foram sobrepujadas pelos argumentos levantados através de um estudo minucioso durante o processo de escolha, no qual comparando os aspectos técnicos dos três padrões em questão (americano, Europeu e Japonês), levando-se em consideração a adequação às necessidades brasileiras, apontou-se o padrão ATSC americano, como sendo o menos adequado à condições nacionais.

Esta definição do padrão escolhido não se resume a uma questão de superioridade técnica. Aspectos econômicos e políticos, norteiam a decisão e para o governo brasileiro a negociação de contrapartidas a serem oferecidas pelos consórcios interessados, foram pontos vitais para a decisão final.

Dentre os principais empecilhos encontrados na adoção do padrão digital ATSC pelo Brasil, refere-se a deficiências para a transmissão para dispositivos móveis e portáteis, como celulares e receptores em veículos, problemas estes sanados pela melhor adaptação do padrão Japonês às condições ambientais brasileiras, e, sobretudo o fato de um dos principais atrativos a adoção do padrão ATSC (exportação em grande escala de aparelhos e equipamentos para Estados Unidos e outros países), ser minimizada após uma criteriosa análise, onde, conclui-se que um país como o Brasil, onde existe em uso aproximadamente 60 milhões de aparelhos de TV, não possuiria a escala necessária de produção, para baratear a tecnologia e para exportar em pé de igualdade com a Coréia do Sul, a qual também escolheu o padrão ATSC americano de televisão digital.

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